FREQUÊNCIA DO CONSUMO DE ALIMENTOS FONTES DE PROTEÍNA POR IDOSAS INSTITUCIONALIZADAS E DA COMUNIDADE DE CAXIAS DO SUL/RS

  • Joana Zanotti FSG
  • Bruna Vergani FSG Centro Universitário
  • Lara Fioravanzo FSG Centro Universitário
  • Thayna Karoline Beninca FSG Centro Universitário

Resumo

INTRODUÇÃO: Manter independência, qualidade de vida e saúde é crucial para idosos, sendo que uma das principais ameaças à vida independente é a perda de massa muscular, força e função que ocorre progressivamente com o envelhecimento, conhecida como sarcopenia. A perda ou redução da função do músculo esquelético geralmente leva ao aumento da morbimortalidade, direta ou indiretamente, através do desenvolvimento de doenças secundárias, como doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade. A nutrição desempenha um papel essencial na saúde e função dos idosos. À medida que a expectativa de vida continua a aumentar, é importante considerar as recomendações nutricionais ideais que melhorarão os resultados de saúde, a qualidade de vida e a independência física em idosos. (Baum, 2016) Esse estudo teve como objetivo avaliar a frequência do consumo de alimentos fontes de proteína por idosas institucionalizadas e da comunidade de Caxias do Sul/RS. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: Uma ocorrência marcante na atualidade é o crescimento do número de idosos em proporção mundial. No Brasil, nota-se também um grande crescimento desse público, sendo que no ano de 2000, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existiam 15 milhões de idosos e a expectativa é que para 2025 esse número atinja 32 milhões de pessoas com mais de 60 anos, chegando a 13% da população (Ministério da Saúde, 2012). O envelhecimento acomete diretamente o estado nutricional de um sujeito, devido a inúmeras transformações que acontecem naturalmente no organismo que envelhece, que vão desde alterações da alimentação, como imperfeições na mastigação pela falta ou ausência total de dentes, disfagia e até perda ou diminuição na efetividade dos métodos de absorção e excreção de nutrientes (Garcia, et al., 2007). A massa muscular tem propensão a diminuir, assim como ocorrem alterações no padrão de distribuição da gordura corporal, onde a gordura dos braços e pernas reduz, no entanto se eleva no tronco (Sánchez, et al., 2007). Nesse contexto, nota-se a grande importância da nutrição para o bem estar dessa população, evidenciando o aumento do consumo de proteínas dietéticas como parte importante no auxílio a boa saúde e a melhora da função muscular em idosos (Reis, et al., 2011). MATERIAL E MÉTODOS: O desenho constitui um estudo epidemiológico observacional do tipo transversal. Foram incluídas no estudo mulheres idosas com idade maior ou igual a 60 anos, captadas em grupos para idosos da comunidade e nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI).  As variáveis serão comparadas entre os dois grupos de indivíduos. A análise do consumo alimentar foi realizada por questionário de frequência alimentar semi quantitativo, com grupos de alimentos fontes de proteína. A classificação foi realizada como consumo frequente (≥5 vezes na semana) e não frequente (≤4 vezes na semana). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer de aprovação número 1.628.941 e todas voluntárias assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS E DISCUSSÕES: A amostra constituiu-se de 423 idosas, sendo 211 residentes em ILPI e 212 residentes da comunidade, com idade entre 60 e 102 anos, sendo a média de idade no grupo ILPI de 79,9 anos e no grupo da comunidade 71,2 anos. Em relação ao consumo frequente de alimentos fontes proteicas, observou-se para o consumo de ovos: em ILPI 3 idosas (1,4%), na comunidade 30 (14,2%); consumo de embutidos: em ILPI 187 pessoas (35,1%), na comunidade 30 pessoas (14,2%); consumo de leguminosas: nas ILPI 187 (88,6%), na comunidade 95 pessoas (44,8%); consumo de carnes e miúdos: nas ILPI 203 (96,2%), na comunidade 152 pessoas (71,7%); consumo de leite e derivados: nas ILPI 208 (98,6%) e na comunidade  191 (90,1%). CONCLUSÃO: Os resultados apresentados no estudo demonstram um maior número de idosas com consumo frequente de embutidos, leguminosas, carnes, miúdos e leite e derivados em ILPI, bem como um menor número com consumo frequente de ovos, neste mesmo grupo.

Biografia do Autor

Joana Zanotti, FSG

Nutricionista. Especialista em Clínica e Terapêutica Nutricional. Mestra em Ciências Médicas

Publicado
2020-12-11